Falso soneto

A cáfila de imbecis seqüestra o bom senso,
Vagando em círculos e ficando neuróticos,
Drogando-se e contando vantagens ridículas,
Perseguindo-me com olhos tortos e bafo de fermento.

Fujo de seus perdigotos de água benta
E tapinhas nas costas como o Diabo da cruz,
Espionando tímido a beleza oculta e ingênua
Que há nas frinchas estreitas entre o bem e o mal.

O mundo gira em falso, indiferente à minha fúria,
Afogando-se em obscura/medíocre/obscenidade,
E espera confiante pela vinda do Anticristo.

Mas a beleza tem sempre 17 anos,
Implacavelmente fora do meu alcance,

E pressinto o impossível perdão em seu olhar.

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