Ó musa idolatrada de um soneto
Capenga, torto e em mau português:
Se tu me dás teu coração, prometo
Não tentar nunca mais uma outra vez
A inconstitucional iniqüidade
De ousar tentar concentrar num poema
Toda esta tua excelsa qualidade:
É bem pouco lugar pra tanto tema.
Pois se tu, ó talento, não me ajudas
—Só sei escrever clichê e lugar-comum—
E caso tu, ó musa, não me acudas
E oferte-me de vez teu coração,
Ingrata! Não te dou soneto algum,
Ou viro este num samba-canção.
Um comentário:
eu queria ter escrito esse!
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