Sobre um sorriso

Minha solidão se fecha sobre si mesma
E toma a forma de uma bilha de metal
Impenetrável e misteriosa no meu peito.

Minha solidão evapora e se expande,
Esfumaça e é absorvida pelos órgãos internos
Até começar a ser exalada pelos poros.

Minha solidão solidifica sobre minha pele
Formando uma crosta, uma rígida armadura
Que me recobre e vai me tornar insensível.

Minha solidão derrete e torna-se líquida,
Encharca todo o meu corpo e escorre,
Empoçando e alagando sob meus pés.

Minha solidão fluidifica como sombra,
Costura-se a mim e me persegue
Por onde quer que haja a menor luz.

Minha solidão me acompanha fielmente,
E corro sozinho pela rua deserta

Para deixar minha solidão para traz.

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