Sublime

Carrego a caneta entre os dedos
Como poderia carregar um cigarro.
A fumaça que não trago
Enevoa minha cabeça
E turva minha visão
Como o fog industrial
De subúrbios sem esperança.

A caneta destila minha vida
Como os rins purificam meu sangue.
Minhas nuvens de poluição
Se condensam em chuva ácida,
Encharcam meu espírito,
Escorrem pelos meus dedos
E são recolhidos pela canaleta,
Que percorre o papel corrompendo-o,
Manchando-o com meus pensamentos
Meus excretos.

Sem eles, torno-me outro,
Outra vez purificado,
Novamente encorajado
Para tornar à neblina
Espessa do meu caminho.
E o que sobra,
Estas manchas no papel,
Dedico a você, leitor,
Como também a tantos outros
Que não sabem de mim
Ou que sabem demais,
E envio esta mensagem
Que talvez só a custo
Possa ser chamada

Poesia.

Um comentário:

Anônimo disse...

ficou incrivel!!!!
quando eu crescer quero escrever que nem você.